Todos Querem Ser Heróis.

Além da busca pela verossimilhança no mundo dos super-heróis, da inserção de conteúdos educativos nas histórias em quadrinhos, e de enfatizar a função social das HQ’s, o BHQ+ tem primado por uma nova “mobília”. A partir da polêmica abordagem do jornalista João Pereira Coutinho a respeito da “mitologia” dos super-heróis, daremos maior ênfase em demonstrar a extrema incompetência da mídia convencional em tratar das HQ’s.

Os grandes portais de entretenimento apresentam, por dia, ao menos uma notícia relacionada a super-heróis e a histórias em quadrinhos. O mesmo ocorre com os grandes jornais, que aproveitam o “boom dos quadrinhos” para vender conteúdo. O jornal “Folha de São Paulo” parece ter se dado conta do vexame criado a partir do texto publicado em 28 de julho e do risco que sofreu sua imagem frente a um mercado em ascensão.

Na última quinta-feira, dia 31 de julho, na mesma coluna onde havia sido publicado o texto de João Coutinho, lia-se a crítica entitulada “Batman, as trevas e a moda”. É uma nota simpática feita por um profissional que também é psicanalista. Nela são abordados dois pontos principais: a associação entre o super-herói e a moda (fazendo uma contextualização – fora de tempo – com a exposição “Superheroes: Fashion and Fantasy”, lançada em maio) e o desapontamento do autor ao encontrar em “Batman TDK” um filme estrelado pelo Coringa, onde o personagem-título tornou-se quase coadjuvante.

Como colunista da Folha, Contardo Calligaris conseguiu fazer a mea culpa do jornal ao “diagnosticar” que todos nós temos as nossas fantasias, que temos a necessidade de forjar as nossas identidades secretas. Mas o doutor em psicologia poderia ter feito melhor como profissional da saúde. Faria muito bem ao jornalista português se emprestasse esse colega o “pijaminha” usado pelos moradores do Asilo Arkham.