Os Heróis do Futebol
domingo, 27 de julho de 2008 by Anônimo
Hoje é domingo, e como estamos em terra tupiniquim, é dia de sentar com os amigos (e com as garotas) para tomar uma cerveja e assistir a uma bela partida de futebol. O jogo rola na telinha e o conjunto composto por jogadores, bola, gramado e torcida toma conta da cena neste dia. O namorado atencioso não mais tem olhos para a bela garota. Se o mau atendimento do garçom displicente parecia um grande problema, surge um novo inimigo que às vezes é chamado por vários nomes, mas que só atende quando chamado de “juiz”.
Não há como negar: a paixão do brasileiro é pelo futebol. Se em algum momento um outro evento consegue atrair multidões, a certeza é de que será coisa passageira. Multidões lotando salas de cinema não é sinal de que determinado filme caiu no gosto do público. O gosto do brasileiro é pelo futebol e o resto é “tira-gosto”.
Como fã das criaturas e criações em quadrinhos fico um pouco chateado ao mesmo tempo em que fico bastante orgulhoso em presenciar o boom de adaptações dos diversos gêneros das HQ’s para a tela grande. O ressentimento se dá pelo fato de que, a grosso modo, as histórias em quadrinhos sempre foram vistas como entretenimento infanto-juvenil.
As mesmas pessoas que muitas vezes criticaram uma suposta alienação dos públicos dos quadrinhos são aquelas que muito se empolgaram ao conferir a postura verossímil dos personagens e do roteiro de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”.
Neste país não é criticada a lúdica postura do torcedor que veste o uniforme do seu “herói” do futebol. É vista com naturalidade a imposição de um legado que muito lembra a história do “Fantasma”. O garoto mal nasce e já é embrulhado com o manto do time favorito do pai.
É dito que o apreciador de ficção científica não tem os pés no chão. Seu "grande erro" é se dedicar à ficção, já que esta "não afeta de forma alguma a nossa realidade”. Mas qual é o efeito prático de transportar uma bola nos pés? Então qual a diferença entre os “heróis do futebol” e os “heróis dos quadrinhos”? Citemos Tony Stark, o herói mau-exemplo da Marvel Comics. O cara é um beberrão. Muitas vezes o alter-ego do Homem de Ferro portou-se como uma pessoa desprezível. Já li muitas histórias sobre Tony Stark – mas nunca ouvi falar do playboy bilionário capotar uma Cherokee vitimando fatalmente os outros passageiros.
Interessante é notar que hoje em dia os quadrinhos têm maior apelo social e educativo (sim, o apelo comercial prevalece). Temos nos “Batman” de Nolan um herói que pratica artes marciais, em “Incrível Hulk”, um “nerd” que salva-se graças ao parkour e em “Demolidor”, um deficiente físico que agiganta-se diante de sua maior dificuldade.
E o que os nossos “heróis do futebol” fazem? O “Super-Homem” do mundo da bola, o “Rei”, não é o mesmo cara que se recusou a assumir a própria filha? São quantos os “heróis do futebol” envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas fatais?
Às vezes é melhor torcer pelos heróis, sabendo que estes são “de mentirinha”, do que brigar pelos mesmos “heróis” dos quais conhecemos as "vilanias".
Não há como negar: a paixão do brasileiro é pelo futebol. Se em algum momento um outro evento consegue atrair multidões, a certeza é de que será coisa passageira. Multidões lotando salas de cinema não é sinal de que determinado filme caiu no gosto do público. O gosto do brasileiro é pelo futebol e o resto é “tira-gosto”.
Como fã das criaturas e criações em quadrinhos fico um pouco chateado ao mesmo tempo em que fico bastante orgulhoso em presenciar o boom de adaptações dos diversos gêneros das HQ’s para a tela grande. O ressentimento se dá pelo fato de que, a grosso modo, as histórias em quadrinhos sempre foram vistas como entretenimento infanto-juvenil.
As mesmas pessoas que muitas vezes criticaram uma suposta alienação dos públicos dos quadrinhos são aquelas que muito se empolgaram ao conferir a postura verossímil dos personagens e do roteiro de “Batman – O Cavaleiro das Trevas”.
Neste país não é criticada a lúdica postura do torcedor que veste o uniforme do seu “herói” do futebol. É vista com naturalidade a imposição de um legado que muito lembra a história do “Fantasma”. O garoto mal nasce e já é embrulhado com o manto do time favorito do pai.
É dito que o apreciador de ficção científica não tem os pés no chão. Seu "grande erro" é se dedicar à ficção, já que esta "não afeta de forma alguma a nossa realidade”. Mas qual é o efeito prático de transportar uma bola nos pés? Então qual a diferença entre os “heróis do futebol” e os “heróis dos quadrinhos”? Citemos Tony Stark, o herói mau-exemplo da Marvel Comics. O cara é um beberrão. Muitas vezes o alter-ego do Homem de Ferro portou-se como uma pessoa desprezível. Já li muitas histórias sobre Tony Stark – mas nunca ouvi falar do playboy bilionário capotar uma Cherokee vitimando fatalmente os outros passageiros.
Interessante é notar que hoje em dia os quadrinhos têm maior apelo social e educativo (sim, o apelo comercial prevalece). Temos nos “Batman” de Nolan um herói que pratica artes marciais, em “Incrível Hulk”, um “nerd” que salva-se graças ao parkour e em “Demolidor”, um deficiente físico que agiganta-se diante de sua maior dificuldade.
E o que os nossos “heróis do futebol” fazem? O “Super-Homem” do mundo da bola, o “Rei”, não é o mesmo cara que se recusou a assumir a própria filha? São quantos os “heróis do futebol” envolvidos em acidentes de trânsito com vítimas fatais?
Às vezes é melhor torcer pelos heróis, sabendo que estes são “de mentirinha”, do que brigar pelos mesmos “heróis” dos quais conhecemos as "vilanias".
Q+?: O uniforme do “herói”
Em matéria publicada hoje, o jornal Estado de Minas noticiou que o mercado de camisetas de times de futebol movimenta R$ 200 milhões de reais por ano. Um dado curioso é que grande parte das vendas se faz com material importado, ou seja, os “heróis gringos” estão em alta.
O custo alto das camisetas (média de R$ 150,00 cada uma) se deve aos tecidos tecnológicos utilizados na confecção dessas camisas. Ou seja, não basta ter a camisa do time do seu coração. O torcedor tem que sentir-se como o jogador em campo, vestindo o mesmo material (embora a necessidade de absorver o suor do desportista que “ziguezagueia” durante noventa minutos no gramado seja inteiramente diferente da necessidade do “butequeiro” que assiste ao mesmo jogo num domingo.
Portanto, se você tem uma réplica do novíssimo uniforme do Batman feito com “kevlar” e dotado de capa que se expande como uma asa de morcego, fique completamente à vontade quando sentar-se uniformizado ao lado de algum torcedor fantasiado (com seu tecido tecnológico) de jogador de futebol.
Q+ AINDA?: A volta dos “Supercampeões”
Para a galera que curte futebol e que também acompanha o mundo dos quadrinhos, deixo minhas desculpas, caso tenha “pegado pesado” demais. Para recompensá-los pela paciência e compreensão, trago esta ótima nova.
Pode-se dizer que “Supercampeões” é a versão original de “Kung Fu Soccer”, produção cinematográfica que transforma o gramado em campo de combate para praticantes de kung fu. “Captain Tsubasa” é o título desse mangá que fez sucesso no Japão durante os anos 80, apresentando ao mundo (com pouquíssima repercussão no Brasil) um grupo de futebolistas bem.... ninja!
A edição de agosto da revista japonesa Yougn Jump apresentou o primeiro arco das novas histórias desses heróis do futebol. Nesta semana, a revista Shonen Jump apresentará a seqüência das aventuras.
Sensacional!