Hulk Kong X Abomizilla!

Foram tantas as imagens e vídeos divulgados no decorrer da produção de “O Incrível Hulk”, que pareciam não restar surpresas a serem reveladas pelo projetor do cinema. A maneira como os trailers foram montados evitou que se denunciasse o que estava por vir. Nem mesmo por meio das fotos que apareceram era possível prever o que estaria acontecendo em cada frame...

Se a expectativa pelo Capitão América deu-se em vão, pode-se dizer que quase encontramos o Capitão “Brasil” (o Capitão Nascimento, personagem reconhecido pelo público como “o herói brasileiro”) no momento em que soldados do BOPE entram em ação juntamente com os militares norte-americanos. E se acreditava-se que Tony Stark e Steve Rogers estariam presentes, agradou a surpresa de testemunhar o início da transformação do vilão Líder.


Com relação ao Hulk, o personagem propriamente dito, é possível que o diretor Loius Leterrier tenha reconhecido que o ponto forte da versão de Ang Lee era o seu carisma. Mas o Hulk de Leterrier não tem (Ainda bem!) o aspecto tão “borrachudo” que ilustrou o filme de 2003 (o Hulk de Ang Lee é tão “fofo” que seria um sucesso de vendas ao ser vendido como pelúcia no dia dos namorados).

Talvez para compensar ao aspecto bruto de seu “Golias Verde”, Leterrier tenha recorrido a algumas referências a la “A Bela e a Fera’ que funcionaram muito bem antes. E grande parte dessas referências parece estar calcada em “King Kong” particularmente na leitura poética proposta pelo filme de Peter Jackson.

A fotografia do filme evidencia paralelos com os momentos românticos do “King Kong” de Jackson. A corpulência de Hulk é desequilibrada, sempre que possível, com a delicadeza de Betty Ross. Os dois têm momentos de intimidade, no refúgio selvagem para onde Hulk carrega a bela moça após fugir dos inimigos, no topo de uma montanha, onde o gigante verde mostra que também é “King”. Na beira do penhasco o destoante e apaixonado casal é visto de costas, tal como Kong e a diva vivida por Naomi Watts ao contemplar o pôr-do-Sol.




E no quesito “porrada”, O Hulk mostra-se ainda mais “King Kong”. Ele bate no peito e ruge após a vitória. Quando corre e derruba um veículo do Exército, lembra o combate entre Kong e o Tiranossauro Rex. E cá para nós: um Hulk, que sai pulando de uma parede para a outra, equilibra-se em uma ponte como se estivesse a jogar-se de cipós e ainda escala prédios da maneira mostrada em “O Incrível Hulk”, é baseado em quê? E não vale dizer que é uma homenagem ao Homem-Aranha!

Também a idéia do herói ser batizado pela imprensa não é algo muito original (apesar do Hulk receber a alcunha de um “popular” entrevistado). Cativante é ver como a proposta verossímil de Leterrier tenha se esquivado das tradicionais calças roxas do personagem dos quadrinhos com tamanha dignidade e respeito pelos fãs do herói. E para citar a famosa aparição de Stan Lee, foi interessante ver o co-criador do monstro provar um pouco do veneno verde, sentir o gostinho de ser herói e também saber que não é qualquer um que segura esse rojão chamado "responsabilidade com os poderes".

Q+? “Abomizilla”!



Vale lembrar que historicamente o grande rival para o King Kong (em crossovers) sempre foi o Godzilla. Ang Lee foi quem “inventou” a “receita gama com iguana”, na versão em que defendeu que os poderes de regeneração do herói advinham de características do réptil, acrescidas no processo de criar o Hulk. Como fica difícil confabular na tentativa de descobrir que raio de mistura fez nascer o Abominável, o BHQ+ acredita que Emil Blonsk tenha tomado o “soro estragado” do diretor coreano.

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