O "futuro" é o "fim" dos quadrinhos?


Foi-se o tempo em que o meio tinha que aperfeiçoar-se para acompanhar a evolução da mensagem. Valhamo-nos das tirinhas publicadas nos jornais do início do século XX como exemplo desse tempo passado.

Esses jornais não permitiam a reprodução de uma gama de cores e nem de um traço preciso. A “vítima” mais emblemática dessa precariedade gráfica foi o “Fantasma”, justamente ele, o primeiro super-herói a atuar vestindo uniforme. O Fantasma foi concebido por Lee Falk para apresentar-se sob vestimenta cinza.

Ao debutar em uma edição colorida do jornal, por um erro de impressão, onde estava o cinza, vingou o roxo, que eternizou-se. Ainda assim, de acordo com as especificações gráficas de determinada região, o Fantasma vestiu, além do roxo, azul, marrom e vermelho (como também foi publicado no Brasil).

Hoje os quadrinhos vivem um momento diferente, talvez uma inversão do que foi contado logo acima. Vivemos a era dos quadrinhos digitais. As vendas das versões eletrônicas ainda estão muito aquém do êxito comercial de suas respectivas versões impressas. Mas trata-se apenas de uma questão de tempo.

A transposição ds HQ’s para os tablets e afins não significa apenas a digitalização dos quadrinhos convencionais. Esse novo meio pede novas respostas, novas soluções. Historias em quadrinhos são feitas para serem contadas dentro de quadros. E isso não pode mudar. Se o quadrinho ganha movimento, vira desenho animado.

Nós do BHQ+ não acreditamos que os “motion comics”, um meio termo entre as HQ’s e os desenhos animados, seja o futuro das “e-comics”. Acreditamos que os quadrinhos do futuro tenham sim, algum tipo de animação, mas que ela apareça de forma sutil, que seja um toque discreto. Acreditamos também que no futuro desses quadrinhos esteja a interatividade.

Selecionamos duas experiências de outras áreas que poderão servir muito bem aos quadrinhos eletrônicos:

1 – “Cinemagraphs”

Um quadro de uma história em quadrinhos pode ser compreendido pelo olhar de um fotógrafo. Ele é criado tendo-se me vista noções de luz e, principalmente, enquadramento. Cada quadrinho conta uma pequena história. Assim também é com a foto.

Se animarmos um quadrinho, ele vira um desenho animado. Se animarmos uma foto, ela vira um filme. Os artistas Kevin Burg e Jamie Beck criaram obras que podem ser consideradas “fotografias vivas”. Essas imagens não são filmes. São gifs animados que têm a capacidade de dramatizar ainda mais o momento clicado. Um toque de bom gosto que, há alguns anos, vem sendo utilizado também pela indústria do entretenimento. É o caso dos pôsteres animados de “Conan” e de “Terminator Salvation”.

2 – Aplicativos para tablets

Uma utilização que seria bem oportuna para axiliar os quadrinhos a contar uma boa história é a mesma que aparece neste vídeo promocional:




Previsão BHQ+: Em resumo, imagine; você está lendo os seus quadrinhos em um tablet; é apresentada uma página onde há um quadro contendo uma singela animação; esse quadro incita a interação; com o toque de seu dedo o personagem “salta” para a outra “página”; o personagem é perseguido e, com o movimento do seu indicador, ele se esgueira de um quadrinho para o outro - inclusive podendo não apenas se deslocar lateralmente, como também para um quadro imediatamente acima ou imediatamente abaixo.

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