Hancock: Razoavelmente, Um Bom Filme



O recente longa estrelado por Will Smith entra na onda dos super-heróis apresentado o personagem título como um predestinado que ainda não descobriu sua missão nesse planeta. Apesar de ter sido vendido como uma comédia dramática, Hancock é na verdade um drama com toques de humor. Fala de um homem que se entrega à bebida por se considerar um pária e é assim que ele se sente cada vez que tenta ajudar alguém. Como não é um humano comum, não tem noção do impacto de suas habilidades e a falta de tato acaba por causar enormes estragos. Quando um RP entra em cena para ajudá-lo a ser mais humano é que as coisas começam a dar certo. Uma coincidência o coloca em contato com a única pessoa capaz de dizer quem ele realmente é.
Mesmo com um enredo enxuto, sem reviravoltas extraordinárias, "Hancock" vai agradar ao espectador. A história não chega a ser original, já que é na verdade uma colcha de retalhos, repleta de pedaços de outras narrativas, usados para compor uma nova trama. Muitos trechos são previsíveis e há clichês, obviamente, como usar o destino como fonte das coincidências do filme.
Os efeitos do longa são bons. Nada sensacional em termos de computação, mas convencem muito bem e até dariam conta de agradar se o filme fosse sobre o Homem-Aranha ou Superman. Vale destacar a parada forçada do trem, os pousos e decolagens, os estragos na casa do RP e a cena de "super" luta entre opostos no centro de Los Angeles. Aliás, o uso de opostos é bem feito, abordando o aspecto de equilíbrio e anulação de forças. Infelizmente, para quem assistiu muitos comerciais de TV e os trailers acaba não tendo grande entusiamo com esses elementos, revelados até a exaustão.
O longa ganha quando investe no lado dramático e ao associar o tema dos heróis às mitologias de várias culturas, citando deuses e anjos. Ainda que seja um elemento já usado, funciona bem quando se tenta definir um ser superpoderoso e não foi muito pouco citado ultimamente. A película vai ter uma boa estréia no Brasil, mas não deve manter-se na liderança de faturamento, a menos que o carisma de Will Smith tenha se mantido intacto com o fracasso de "Eu Sou A Lenda".
No geral, o grande erro mesmo é ter feito a divulgação de "Hancock" sob o aspecto do humor. Este só serve para fazer fluir a narrativa. A idéia do longa foi concebida como um drama psicológico e foi isso o que se entregou, mas o marketing errôneo gerou dúvidas a respeito do resultado. Deveriam ter deixado o personagem de Jason Bateman cuidar da publicidade do filme também.

Nota do Crítico: Q Q Q Q Q
Nota do Fã: + + + + +

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