Homem de Ouro e Titânio

O filme começa e já mostra que o forte de "Homem de Ferro" é o metal - é o heavy metal martelando os nossos tímpanos. Já sabíamos que Iron Man do Black Sabbath seria presença certa. Então, de cara surge:

I'm a power pack
Yes, I'm in a band
With a gang
They've got to catch me if they want me to hang
Cause I'm back on the track
And I'm beatin' the flak
Nobody's gonna get me on another rap
Don't look at me now you fuckhole,
I'm just makin' my bed
Don't try to push your luck,
Just get out of my way. - Back in Black, AC-DC

O previsível é surpreendente. A avalanche de vídeos e imagens do filme, nos fez acreditar que não haveria novidades para o cinema. Errou quem pensou isso. Tony Stark, incorporado no cavanhaque e olhos esbugalhados de Robert Downey Jr., apresenta-se em um contexto em que voar imerso em um traje bélico é tão possível quanto rentável. Mas não são apenas os conflitos no Oriente Médio, com terroristas que não caem no caricato, e os avanços tecnicos que tornam verossímil o nascimento – ops! - a construção do “exército de um homem só”.

Na fadada onda imposta por “Batman Begins”, a necessidade de mostrar heróis realistas ganha um novo nível. Um dos motivos é a presença de um certo profissional da equipe técnica. Na lista de colaboradores da produção, figura o título de “Consultor para ciências e tecnologias futurísticas”. Isso garante ao longa um upgrade em relação a Batman e deixa claro que é possível sim vermos um combatente de armadura pelas ruas. Se o traje de Tony Stark tem potencial para ser construído em, digamos, 20 anos, a contratação de tal consultor basta para que a verossimilhança fique bem explicada.

Mas as construções conceitual e estética da película têm outras fontes. Não são raras as vezes em que o Homem de Ferro banca Robocop, quebrando paredes com socos, mirando em bandidos armados que mantém reféns e com um vilão que lembra Robocop 2 (a máquina, não o filme).

As seqüências de ação são bem elaboradas e fluem consistentemente, com pequenas ressalvas para situações de diálogo, que às vezes parecem um pouco lentas. A maquiagem que mostra a troca do “coração metálico” de Stark também não é perfeita. Destaque positivo para as cenas em que a armadura monta-se ao redor do corpo de Tony. São tão bonitas e dignas como as vibrantes tranformações do Líder Optimus. E vale destacar o momento que o Homem de Ferro é forçado a reconhecer que não é o Homem de Aço. Quando testa o alcance de altitude de Mark II, Tony percebe que limites existem. (Compare isso com a cenas do vôo estratosférico em “Superman - O Retorno”, de Bryan Singer).

Com humor e tensão na medida certa, “Homem de Ferro" lembra até “Homem-Aranha” e se sai bem ao copiar tudo o que os outros longas heróicos têm de bom, com pouquíssimas falhas. Se o slogan para o "Superman" de Richard Donner era “Você vai acreditar que um homem pode voar”, podemos considerar que Jon Favreau fez a seguinte promessa com a conclusão do primeiro “Iron Man”: “Um homem como você pode voar – se puder pagar”.

Nota do Crítico: Q Q Q Q Q
Nota do Fã: + + + + +

BHQ+ recomenda: Assista “Homem de Ferro”, até o fim dos créditos.

Por PP Siruffo e Régis Soares.

3 comentários:

    On quinta-feira, maio 01, 2008 Anônimo disse...

    Boa crítica! A marvel vem apostando tudo nos longas.. Que excelente época pra se viver, não? By the way, concordo contigo, assistam até o final dos créditos! Aquelas animações em wireframe ficaram deboxadas demais!!

    Valeu, Rodrigo.

    A verdade é que a Marvel tem tido as manhas de materializar os nossos sonhos de infância - e sem esculhambar com a coisa.

    Mas, cá pra nós - você assistiu até o final MESMO? ;-D rs

    "A maquiagem que mostra a troca do coração metálico de Stark também não é perfeita."

    A cena reapresenta o mesmo incômodo que me causou a sequência onde o robô Swazneger arranca
    do peito uma das baterias, dentro de uma caminhonete no terceiro filme do "Exterminador do Futuro".
    Dá para sacar fácil que os atores estão posicionados de forma a liberar espaço para um falso abdomen.

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