Todos Querem Ser Heróis.

Após ler a postagem "Nada se Cria: Bope", eu fico imaginando: "Quantos Capitães Nascimento existem de verdade?" Seja no Brasil ou em outros países, são muitos, com certeza. Só o fato de a construção do personagem para o filme ser baseada em vários "caveiras" da realidade carioca justifica sua existência. E os Justiceiros sempre se justificam e fazem isso por suas histórias pessoais, muitas vezes não contadas. Frank Castle, o Justiceiro dos quadrinhos, era membro de uma tropa de elite. O herói Matias, do filme, surge de uma perda, a morte de seu melhor amigo. Pior é que isso acontece, em parte, por sua conivência com os playboys maconheiros que financiaram o traficante que covardemente assassinou seu quase irmão.

Se Nascimento entra para tropa com uma motivação que não seja uma perda irreparável como a de Castle, ele perde durante o processo quando se afasta da família, entra em crise emocional e vê sua humanidade se esvair. Nascimento, o Capitão, faz o que todo grande herói acaba fazendo quando deixa a linha de frente do combate: cria um legado. Fantasma (outro com caveira no símbolo) o fez, Zorro o fez e Batman também. Todos eles passaram a bola adiante. Queriam ter a certeza de que seu trabalho seria continuado, independente do preço pago para tanto.

A "faca caveira" é um ícone fortíssimo e vale tanto quanto o morcego estampado no peito. No caso de Batman, o símbolo é uma referência a algo que desperta o medo dos criminosos superticiosos. No caso do Bope, a caveira faz o mesmo e com força extrema. Afinal, imagine o esforço que se faz para fincar uma adaga no crânio de alguém! Essa é a força do, agora mito, BOPE - Tropa de Justiceiros.