Star Trek: Crítica



Nero, um romulano em busca de vingança pela destruição de seu planeta natal, volta no tempo para destruir Vulcano e a Terra. A novíssima nave Enterprise, em seu primeiro voo, é a única esperança de barrar esse vilão.

"Star Trek" é um espetáculo visual. O espaço e seus contornos ganham um nível de detalhismo que deve impressionar até os mais apaixonados por astronomia. Os cenários criados para o filme são de um realismo impecável até quando vemos os ambientes planetários a partir da superfície. O trabalho de computação e efeitos visuais desenvolvido pela Industrial Light & Magic cria um universo perfeito do ponto de vista da ficção científica. A nave Enterprise, por exemplo, passou por um trabalho de engenharia que certamente vai agradar até o olhar mais minucioso de um técnico do ramo aeroespacial. O longa não apresenta uma falha sequer no aspecto de criação. Da maquiagem ao figurino, tudo surpreende em 'Star Trek". É surpreendente como galáxias, estrelas e demais corpos celestes enchem a tela bailando majestosamente ao som de uma trilha sonora bem compassada e saudosista, que relembra os acordes do programa de TV dos anos 1960.

A atuação é bem conduzida em todos os níveis. Chris Pine encarna com perfeição o jovem James Tiberius Kirk. Apesar de vacilar vez ou outra no papel de Spock, Zachary Quinto cresce ao longo da trama, mesmo sob a sombra de Leonard Nimoy que reprisa o papel que deu-lhe fama como a versão envelhecida vulcano. Eric Bana se reinventa como o vilão Nero e deixa para trás uma fase ruim vivida após "Hulk". Cada um dos personagens de apoio também se encaixa bem em suas funções e recebem contornos verossímeis em cada pequeno detalhe do “destino” que os coloca em suas posições ideais na aventura.


Eric Bana, como Nero

Apesar de ser um filme longo (126 minutos) o ritmo de "Star Trek" é bem cadenciado. A ação acontece freneticamente e ainda assim há espaço para o tecnicismo e a política, típicas do gênero. Sem exageros, as cenas de luta são bem coreografadas, tentando reproduzir como são as brigas do mundo real. As batalhas espaciais recebem um tratamento que remete aos melhores momentos de "Guerra nas Estrelas". Aliás, é possível notar a influência de outras franquias de sucesso em diversas cenas. De "Jurassic Park", para quando Kirk é exilado num mundo gelado; aos outros filmes de "Jornada nas Estrelas", quando são feitas referências à viagens no tempo.


Um enredo bem desenvolvido, com toques de humor e doses adequadas de sensualidade deixam a história bem palatável. As viagens temporais são a questão chave deste longa. Quando Roberto Orci comentou o roteiro que preparou ao lado de Alex Kurtzman, ele citou que esta história não estaria totalmente inserida no universo de Jornada nas Estrelas. Dois eventos criam uma linha do tempo paralela à da série original: o ataque à nave USS Kelvin e a destruição do planeta Vulcano. Este deve ser o divisor de águas entre os aficionados e o novos fãs, já que na história conhecida de “Star Trek” não cita a extinção do planeta de Spock. Por isso mesmo é que esse novo "Star Trek" se situa numa versão alternativa daquela de William Shatner e isso vai incomodar a muita gente.

Ao assistir "Star Trek" a primeira impressão que temos é de que a Paramount Pictures acertou ao colocar J.J. Abrams e a equipe de produtores do seriado "Lost" no comando do reboot da franquia criada em 1966 por Gene Roddenberry. Para os leigos a respeito do "cânon" de "Jornada nas Estrelas" essa é uma verdade. O estúdio parece acreditar nisso já que deu sinal verde para a continuação do projeto com o mesmo grupo de trabalho. Mas os amantes de longa data das aventuras da nave Enterprise, cuja tripulação ousou ir onde nenhum humano esteve antes, não vão gostar de ver o planeta Vulcano destruído, mesmo que seja apenas numa realidade alternativa.

Acesse o site oficial para o trailer legendado e dublado.


Nota do Crítico: Q Q Q Q Q

Nota do Fã: + + + + +

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