X-Men Origens: Wolverine - Crítica



Tudo o que foi prometido para o filme solo de Logan pode ser encontrado em "X-Men Origens: Wolverine". Este longa é uma agradável experiência para os fãs de Logan. Apesar das tradicionais mudanças de enredo em relação aos originais das HQ´s, a história deve satisfazer aqueles que por muito tempo esperaram por uma visão sobre o passado do carcaju. Mas só para aquele grupo que adora as brigas nos quadrinhos, onde primeiro se bate, depois se pergunta o motivo. Isso porque a pancadaria é o que mantém o filme andando.
O diretor Gavin Hood (O Suspeito) fez um trabalho apenas bom em cima da mitologia de Wolverine. O rítmo da edição é eficaz e resultou num longa bem montado. A aventura se desenrola sem delongas, o que garante um filme dinâmico e com muita ação. A trilha sonora é bastante eficaz e embora não haja nenhuma criação genial, também não se atém a obviedades sonoras. A opção do figurino é a mesma dos demais filmes dos X-Men, considerando o fato de que ninguém, exceto os militares, usa uniformes. Os trajes foram elaborados para colocar os mutantes no mundo real, portanto sem os exageros coloridos dos quadrinhos.
Nos efeitos visuais, a computação gráfica entra com força, principalmente para compor cenários e ambientes. O uso de técnicas digitais garante realismo nas garras de Wolverine (Hugh Jackman) e Victor Creed (Liev Schreiber), quando essas não são próteses, e também nas cenas de luta com Gambit/Remy Lebeau (Taylor Kitsch) e John Wraith (Will.i.am). A maquiagem, no entanto, não é muito convincente para engordar Kevin Durand e transformá-lo em Blob/Fred J. Dukes, mas também não incomoda tanto.


Em se tratando de um filme de ação, pode-se dizer que os atores se sairam bem. Ficam devendo Lynn Collins que não dá expressividade sufiente para Kayla Silverfox, uma personagem chave do universo de Logan, e o músico Will.i.am que deixou óbvio ser este seu primeiro trabalho no ramo de atuação cinematográfica. Já Danny Huston encarna bem a figura do Coronel Stryker e se mantém digno do vilão perfeitamente vivido por Brian Cox em "X-Men 2". Ryan Reynolds é outro que se sai bem como o mercenário falastrão Deadpool/Wade Wilson. O embate entre Wolverine e Deadpool está muito bem conduzido e as cenas vão tirar o fôlego de muita gente.
A opção dos roteiristas David Benioff (Tróia) e Skip Woods (Hitman) para construir o roteiro foi a de reunir as várias brigas de Wolverine em uma linha mestra. Por isso mesmo, quem espera um enredo denso vai se decepcionar fortemente. É brigando e mostrando veias que Logan encontra novos mutantes, como Gambit, e reencontra velhos parceiros. A saída deixa apenas alguns minutos para ver do que são capazes Emma Frost (Tahyna Tozzi) e outros mutantes que deste filme saem para compor a Geração X, com Frost e First Class com o Professor Xavier. A quantidade de personagens é o que enfraquece o filme. É gente demais tentando espaço numa história curta e no fim, ninguém vai ter muito tempo pra nada.


Não há diálogos filosóficos extensos, mas também não se avança muito em pontos que poderiam enriquecer a trama. Exemplo é a infância de James Howlett. Da minissérie "Origens" só a data dos eventos restou. Victor Creed substitui o personagem Cão e aparece como meio-irmão de Logan, que aliás não tem o codinome explicado. Também muda-se a origem para a alcunha Wolverine. Da inspiração na clássica saga "Arma X" sobram somente a inclusão do adamantium no corpo de Logan. Saem de cena personagens icônicos como o Professor e Cornelius além de momentos memoráveis como os testes da Arma X e a forma como Wolverine perde a memória. Mas, de maneira geral, essas alterações não devem desagradar os fãs do mutante mais famoso da Marvel. O ponto em que o filme termina deixa indicado que as próximas aventuras de Wolverine podem ser no Japão, contra Lady Letal, e no Canadá, com a Tropa Alpha ou versus Hulk, quem sabe. Mas aqui é só uma suposição do BHQ+.

Nota do Crítico: Q Q Q Q Q

Nota do Fã: + + + + +

0 comentários:

Disqus

comments powered by Disqus

BHQMais.com por Simplex