Duas-Caras: duas falas


Falou em Nolan, falou em verossimilhança. No caso do filme "Batman TDK", o grande desafio foi transformar personagens caricatos em algo que se pode acreditar. Alguém disse "eu acredito em Harvey Dent"? Bem, em Harvey Dent não é difícil acreditar (embora um funcionário público tão honesto esteja mais próximo de existir na ficção do que em qualquer sociedade).

E quanto ao Duas-Caras? A parte mais fácil para Nolan foi retirar aquele "couro" colorido que Joel Schumacher eternizou a partir de um de seus "Batman". Mas e a construção da partitura do personagem? Aaron Eckhart conseguiu mostrar bem o lado bom e o lado mau do vilão. E tal como Bruce Wayne/Batman, o Duas-Caras mostrou que também tem duas vozes.

A partir do momento em que Harvey Dent passa a se entender como o "Duas-Caras", sua voz parece estar "sampleada". Seria esse apenas um recurso poético do diretor anglo-americano? É preciso cuidado ao relevar as criações de Nolan apenas a uma justificativa expressionista. Christopher Nolan parece sempre surpreender.

Existem suposições de que algumas pessoas sejam capazes de emitir mais de uma voz ao mesmo tempo. A hipótese é de que essas pessoas poderiam ativar quatro pares de pregas vocais (a afirmação científica é de que podemos nos utilizar apenas de dois pares delas) enquanto usam a voz. A defesa mais notória é de que os monges tibetanos se utilizam desse recurso para produzirem seus mantras. Além dos monges, alguns artistas atestaram que não são truques o que fazem para emitirem as duas vozes. Confira (no primeiro vídeo o cantor grego Demetrio Stratos, no segundo, o beatboxer Rahzel):




1 comentários:

    O jeito como a voz dele muda no filme ficou muito bom!

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