Quase perfeita.


Por Regis Soares.

Em 2004, a DC e a Panini Comics trouxeram para o Brasil a série "Superman, Entre a Foice e o Martelo". Uma história em três volumes que mostra um cenário paralelo, onde o Homem de Aço chega à terra em um país diferente: na antiga União Soviética. Uma proposta interessante do roteirista Mark Millar.

A publicação mostra o Superman como um símbolo do comunismo russo e uma ameaça à democracia mundial, embora com as boas intenções naturais do conhecido herói. O último filho de Krypton é visto como um ditador e é o futuro Presidente dos Estados Unidos, Lex Luthor, quem tenta livrar a terra dessa ameaça.

A idéia de Millar é boa e consegue tornar os personagens bem encaixados no ambiente proposto. Até um Batman revolucionário existe na Mãe Rússia. O autor propõem um sugestivo motivo para a existência do mundo paralelo: A terra é uma versão de Krypton que sucumbe ao sol vermelho num futuro distante.

Existe também uma interessante relação entre Lex Luthor e o filho de Jor-el. A trama segue bem, mas o autor vacila nos intantes finais. Ele esquece de manter a ligação entre os mundos paralelos. Na minha opinião ele peca em mostrar o futuro onde Kal-el cai em Smallville ao repetir a queda da espaçonave de fuga na Rússia. Se isso fosse feito, o sempre bem sucedido paradoxo em que o futuro cria o passado ia dar um melhor final para o conto.

Ainda assim, a série é ótima e vale a pena ser lida. Aproveite.

8 comentários:

    Não é a primeira vez que vejo uma trama do Superman no "Tunel do Tempo"/ "Else Worlds" em que o Superman é visto como fascista e depois se regenera. Existem outros exemplos, mas agora está mais claro a revista "Morcego de Aço". Nesta o foguete que sai de Krypton cai em Gotham City e Kal-El vira um Batman super-poderoso. Lois Lane critica suas ações, através do Planeta Diário. No final das contas Lois Lane vislumbra a mudança do herói e vê ele sem o tranje sombrio, já trajando o colant colorido e voando sobre o céu azul.

    Outra:
    o final que mostra o Superman voltando para a nossa realidade, realidade que se apresenta como alternativa para a realidade proposto, mas factível para a nossa, me lembrou de cara Planeta dos Macacos.
    O que acha?
    Até nave de fuga rolou...

    Mais uma:
    Esta é uma revista sobre um Superman fascita de esquerda. Mas tb já apresentaram o Super "SS", o Superman fascista de direita.

    Na estória, a famigerada nave cai em Apokólips. Darkseid cuida de Kal-El e este vira um tirano... até o invevitável final feliz. Interessante mesmo é o uniforme do herói. Desta vez não é um colant e sim uma armadura negra. O brasão do Super tem um "S" estilizado como se fossem dois "S"s, o que lembra bastante a sigla da polícia de Hitler.

    Só não entendi uma coisa, Régis.
    Vc mencionou a comparação entre Krypton em seus últimos dias e uma Terra controlada pela Rússia.

    Então a nave do Super parte da Rússia? Com quem dentro. Se foi ocmo penso, então o paralelo foi estabelecido com sucesso.

    Existe uma adaptação do Bruce Timm em que Darkside apaga a memória do Super e o convence de que Kal-El é filho dele, Darkside. Ele usa o tal uniforme que vc cita e age como um conquistador de planetas. Aceita a mentira até tentar controlar a Terra. É quando as antigas memórias vêm à tona e o tiram do engodo.

    Na história de Millar, a Terra dos anos oitenta, onde se passa a história é mostrada no futuro, milhares de anos no futuro. Sol amarelo ficou vermelho e mudou o planeta fazendo-o gelado, uma versão de Krypton. O sol vermelho mata o planeta, mas Jor-El salva seu filho no tempo certo. A criança cai na URSS. A viagem pelo espaço acontece numa brecha temporal mostrando que a velha Terra é a Futura Krypton. O problema do paradoxo é que no final, se a nave caisse em Smallville haveria uma relação paradoxal entre os dois universos citados.

    UAU! Demais... aposto que o episódio em que o Darkseid adotou o Super se chamou "The Godfather". rs

    Agora entendi perfeitamente o paralelo. Deixa de ser uma estória no estilo "e se"... para ser uma remodelagem da primeira versão de "O Planeta do Macacos".

    Cara... será que rolou maldade em dizer que o sol VERMELHO destruiu a terra? Porque sol faz uma analogia com o Japão... ainda mais vermelho... e o vermelho traz a idéia do comunismo...

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